Orientações Médicas
Pneumologia:
Asma e Bronquite
Asma e Bronquite
O que é asma?
Asma é uma doença inflamatória crônica que acomete as vias aéreas tornando-as hipersensíveis. É caracterizada por episódios recorrentes de tosse, chiado, falta de ar.
Mais do que uma simples doença, a asma é uma resposta inadequada do indivíduo quando em contato com agentes diversos (alérgenos, vírus, cigarro, etc). A mucosa respiratória, uma vez agredida por um destes agentes, envia um sinal para a medula óssea para que esta produza células especiais de defesa. A medula óssea interpreta este sinal como se o aparelho respiratório estivesse sendo invadindo por microorganismos e manda as células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios). Este processo inflamatório é responsável pelos sintomas da asma. Ele ocasiona edema (inchaço) da parede interna dos brônquios e diminuição de sua luz dificultando a passagem do ar. Os músculos que circundam os brônquios ficam hipersensíveis contraindo-se a qualquer estímulo. A contração destes músculos (broncoespasmo) pode acentuar ainda mais a obstrução dos brônquios.
A asma, portanto não é apenas uma sucessão de crise, mas uma doença crônica onde a inflamação dos brônquios está sempre presente, quando a criança entra em crise.
Quais são os sintomas da asma?
• Tosse;
• Chiado;
• Falta de ar;
• Sensação de aperto no peito ou opressão;
A intensidade e freqüência destes sintomas podem variar conforme a pessoa e a época e resultar numa crise leve, moderada ou grave de asma. Crises fortes são facilmente diagnosticadas, porém sintomas leves mesmo que frequentes podem passar despercebidos. Sempre que tiver algum destes sintomas, procure o médico e siga as instruções.
Os sintomas da asma podem apresentar períodos de exacerbação, como de remissão ou estabilização. Mais importante que saber se sua asma desaparecerá, é reconhecer precocemente os sintomas e agir no sentido de controlá-los.
O que é bronquite?
Bronquite é um termo usado para descrever um quadro de tosse e hipersecreção brônquica (tosse com expectoração) podendo ou não ser acompanhado de chiado. A bronquite aguda geralmente é decorrente de um processo infeccioso dos brônquios e a bronquite crônica, na maior parte dos casos, é seqüela de tabagismo. Na prática clínica diária usa-se o termo bronquite em episódios recorrentes de chiado que ocorrem um a dois dias após o resfriado comum.
Freqüente nos primeiros três anos de vida, este quadro pode desaparecer (chiado transitório na infância) ou persistir. Nestes casos as crianças são portadoras de asma.
Chiado nos primeiros 2 anos de vida é muito freqüente, especialmente no menino. A minoria delas tem asma. Grande parte apresentará melhora do quadro após os 3 anos.
Nos casos de sintomas mais intensos ou persistentes é importante afastar outras patologias pulmonares crônicas para impedir que a criança piore pela deterioração do pulmão.
Como funciona nosso aparelho respiratório?
A principal função dos pulmões é prover uma superfície ampla para que o oxigênio do ar possa difundir-se para o sangue e ser levado às outras partes do corpo. Ao mesmo tempo, o gás carbônico produzido pelas células do corpo é trazido pelo sangue venoso e expelido para fora durante a expiração. O ar entra pelo nariz onde é umidificado, aquecido e filtrado para não danificar as vias aéreas inferiores (brônquios e bronquíolos). É posteriormente conduzido até a traquéia e brônquios. Estes vão se ramificando em tubos cada vez mais estreitos, curtos e numerosos até chegarem aos alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.
O pulmão é semelhante a uma esponja e são constituídos por milhões de sacos aéreos chamados alvéolos. Estes são formados por uma membrana de células delicada e fina que separa o ar do saco aéreo de uma rede de vasos sanguíneos.
Além desta superfície de trocas gasosas existe um sistema de tubos (traquéia, brônquios e bronquíolos) que leva o ar do meio ambiente para os alvéolos e vice-versa. A maior parte das vias aéreas é circundada por uma faixa de músculo, que tem uma função protetora, de maneira que, se um gás potencialmente tóxico é inalado, esta musculatura se contrai para impedir sua entrada nos pulmões. Todos nós experimentamos certa dificuldade em respirar e, as vezes, tossimos frente a um ar muito poluído, fumaça ou ar muito frio.
As crianças asmáticas diferem das normais por terem esta tendência exacerbada apresentando chiado ou tosse frente a condições inócuas para o indivíduo normal.
Como a asma afeta os pulmões?
Como já dissemos, a asma altera as vias aéreas pulmonares tornado-as hiperirritáveis. A musculatura brônquica passa então, a contrair-se quando exposta frente à inúmeras situações adversas. Por exemplo, pequeníssima quantidade de fumaça de cigarro, que pouco afetaria um indivíduo normal, causará tosse e chiado numa criança asmática.
Poderíamos fazer uma comparação com pele queimada pelo sol que se torna extremamente vulnerável a qualquer fator agressor. A compreensão deste fenômeno (ao qual chamamos de hiper-reatividade brônquica) é de importância fundamental, pois quanto maior for o grau de hiper-reatividade maior será a gravidade da doença.
Pesquisas recentes sugerem que hiper-reatividade brônquica está relacionada com o grau de inflamação presente nas vias aéreas (o que também acontece na pele queimada).
Quanto maior for o processo inflamatório presente nas vias aéreas, mais sensíveis estas se tornarão e mais grave será a asma. Hoje parece estar claro que o problema de base na asma é a presença deste processo inflamatório sendo que o broncoespasmo (contração da musculatura) é apenas uma conseqüência da inflamação.
O que acontece com as vias aéreas durante uma crise de asma?
Na crise de asma as vias aéreas ficam parcialmente obstruídas dificultando a livre passagem do ar. Para conseguir movimentar o ar pelos brônquios estreitados, as crianças precisam fazer um grande esforço respiratório, o que leva a um quadro de canseira e falta de ar. Esta obstrução é causada por três fatores:
• O músculo que circunda a parede brônquica se contrai;
• A parede do brônquio inflama e incha;
• Uma quantidade excessiva de muco espesso é produzida;
Como a asma se manifesta?
A asma pode aparecer em qualquer idade, mas, geralmente, inicia-se antes dos 5 anos de idade. A freqüência e gravidade dos sintomas variam de criança para criança e de época para época. De maneira geral, podemos dividir as crianças asmáticas em quatro grupos:
a) Portadoras de asma intermitente (50% dos casos ) - apresentam crises esporádicas (em geral, três a seis por ano) e que melhoram com uso de broncodilatadores. No período entre as crises, a criança é assintomática, tendo boa tolerância ao exercício físico e vida normal.
b) Portadoras de asma persistente (40% dos casos) - sintomas são freqüentes (semanais) e eventualmente, necessitam de tratamento hospitalar durante as crises. Geralmente a criança refere sintomas após exercícios físicos.
c) Portadoras de tosse crônica (5% dos casos) – embora o chiado seja um sintoma muito comum em asma, algumas crianças só apresentam tosse, que geralmente é seca e piora à noite, com exercício físico e mudança de temperatura. A tosse é controlada com medicamentos antiasmáticos.
d) Portadoras de asma persistentes grave (5% dos casos) - estas crianças apresentam chiado e/ou tosse praticamente todos os dias, que pioram à noite, levando à interrupção do sono. Têm pouca tolerância ao exercício físico e exacerbações freqüentes.
A apresentação clínica da asma é sempre a mesma?
O quadro clínico da asma é também determinado pela idade da criança:
a) Asma do lactente - geralmente os sintomas aparecem entre o terceiro e sexto mês de vida. É comum um quadro de resfriado seguido de chiado ou tosse um a dois dias depois. Em casos de sintomas persistentes, é necessário afastarmos outras patologias do trato respiratório.
b) Asma do pré-escolar – o resfriado continua sendo um fator desencadeante importante. Porém, o chiado começa a aparecer após exercício físico (corrida), risada, sendo também provocado por fatores emocionais. História de alergia (presença de sibilos após contato com alérgenos) começa a ser positiva.
c) Asma do escolar - história de alergia é freqüente, muitas vezes acompanhada de rinite alérgica (coriza clara,crises de espirro e obstrução nasal). A mãe já nota correlação entre exposição aos fatores desencadeantes e aparecimento dos sintomas.
O que desencadeia uma crise de asma?
Nas crianças pequenas, até três anos de idade, as infecções virais de vias aéreas superiores (resfriados, gripes e infecções de garganta) são fatores desencadeantes mais freqüentes.
A alergia tem um papel importante na criança maior. Entre os alérgenos mais comuns podemos citar: o pó doméstico (ácaro), fungos (bolor), penas, pelos e descamação de animais de estimação, piretro ( substâncias contidas em inseticidas e ceras), lã, paina, capim e pólen de plantas.
As substâncias irritantes de vias aéreas também são nocivas: poluição, fumaça, desinfetantes, perfumes, produtos de limpeza e em especial a fumaça do cigarro.
Fatores emocionais podem agir como desencadeadores ou agravantes dos sintomas. É comum os pais referirem que seus filhos pioram em épocas de provas, situações de estresse e problemas familiares.
Certos alimentos principalmente os industrializados que contêm corantes e conservantes, medicamentos (ácido acetilsalicílico e os antiinflamatórios não-esteróides) também podem ocasionar sintomas.
A mudança brusca de temperatura (mudança de tempo, friagem e ingestão de alimentos gelado) é freqüentemente relacionado ao início de uma crise.
Eventualmente, não conseguimos identificar qualquer fator desencadeante por mais que procuremos. Dizemos que as crises são desencadeadas por causa desconhecida.
Em resumo, podemos dizer que são muitos os agentes desencadeadores de crise asmática e que a criança pode ser sensível à vários agentes ao mesmo tempo, tanto agora como no futuro. Portanto, ela não deve ser exposta a substâncias potencialmente alergênicas desnecessariamente. É interessante lembrar que fatores não alérgicos também desencadeiam crise em crianças portadoras de “asma alérgica’”.
Muitos pais, ansiosos em prevenir uma crise em seu filho, procuram um fator desencadeante único ou uma alergia específica, de modo que, afastado tal agente resolveriam o problema de seu filho. No entanto, isto raramente é verdadeiro.
Tudo que chia é asma?
A asma é de longe a causa mais comum de chiado e tosse recorrentes na infância. Porém, há outras patologias pulmonares que levam a quadros clínicos semelhantes.
O diagnóstico de asma deve ser sempre feito pelo médico.
A asma é hereditária?
Sabemos que a asma e outras doenças alérgicas como eczema e rinite são mais freqüentes em crianças com pais ou parentes próximos alérgicos (portanto, herdada por fatores genéticos). Uma criança com história familiar positiva para asma tem maior probabilidade de desenvolver a doença.
Por outro lado, muitas crianças asmáticas não têm antecedentes familiares.
O que é broncoespasmo induzido pelo exercício?
Chamamos de Broncoespasmo Induzido pelo Exercício (BIE) ao aparecimento de broncoespasmo (chiado ou tosse) após a realização de um exercício intenso. A maioria das crianças asmáticas experimenta algum grau de obstrução brônquica durante ou após o exercício físico. Todavia este efeito é temporário (dura apenas 20 a 40 minutos), pode ser prevenido com o uso de medicamentos e aquecimento antes de iniciar-se a atividade física. O BIE não torna a asma mais grave.
A prática regular de atividades físicas é indispensável para a saúde tanto da criança quanto do adulto. Além deste aspecto, as crianças relacionam-se entre si através de jogos e atividades esportivas. Portanto, garantir a possibilidade de participação nestas atividades previne o isolamento social da criança asmática.
Vários trabalhos têm demonstrado que os asmáticos apresentam um condicionamento físico menor se os comparamos a um grupo controle de pessoas não-asmáticas. Porém, este mau condicionamento é devido muito mais, à inatividade física do que à gravidade da doença. A aplicação de um questionário em pacientes asmáticos mostrou que muitos consideravam a asma como empecilho para melhorem seu condicionamento físico e que nunca receberam qualquer orientação sobre o tipo de exercícios físicos que lhes seriam benéficos.
Portanto, as crianças asmáticas não devem evitar as atividades físicas nem serem dispensadas das aulas de educação física. Devem, sim, ser incentivadas a praticar esportes no seu grau de habilidade, pois se beneficiarão psicológica e fisicamente da prática regular de exercícios físicos.
Orientações para a prática de exercícios físicos:
a) Não começar atividades físicas quando a criança estiver em crise;
b) Usar os medicamentos prescritos pelo médico afim de previnir broncoespasmo induzido por exercício;
c) Fazer aquecimento antes de iniciar as atividades físicas;
d) Interromper o exercício caso apareça chiado ou canseira. Relaxar, fazer exercícios respiratórios e usar os medicamentos prescritos pelo médico.
A asma cura sozinha conforme a criança cresce?
Nunca podemos saber qual criança ficará livre de sintomas quando ficar mais velha.
Sabemos, por vários estudos, que muitas melhorão na ou após adolescência. As crianças portadoras de asma leve e que começaram a ter crises nos primeiros anos de vida têm maior chance de melhorem com a idade. Do mesmo modo que as portadoras de asma perene, podem permanecer sintomáticas na vida adulta.
Deve ficar claro que asma não tem cura. Mas pode haver remissão espontânea dos sintomas por muitos anos ou até a vida toda. Do mesmo modo, é possível que os sintomas ou crises voltem na idade adulta. Independente de qualquer previsão, toda criança asmática deve receber tratamento adequado para sua asma, de modo que possa desfrutar de uma infância normal e desenvolver plenamente suas aptidões.
Como reconhecer a gravidade de uma crise asmática?
As crises de asma raramente aparecem de repente. Geralmente são precedidas de sinais ou sintomas que indicam deterioração do quadro clínico (cansaço fácil às atividades diárias, tosse noturna persistente, interrupção do sono por sintoma de asma, aumento na freqüência de uso de broncodilatadores, etc). Podemos classificá-las em crises leves, moderadas e graves de acordo com os sintomas e as medidas obtidas pelo monitor de pico de fluxo expiratório (peak-flow).
Crise leve: a criança apresenta-se pouco cansada conseguindo falar normalmente, andar e ficar na posição horizontal. Apresenta certa dificuldade para respirar, chiado e/ou tosse. A medida obtida no monitor de fluxo expiratório é superior a 70% do seu melhor valor.
Crise moderada: o cansaço é intenso e a criança só consegue falar frases curtas. O chiado é facilmente audível, nota-se o uso dos músculos acessórios da respiração e tiragem supraesternal (afundamento da região inferior do pescoço junto ao esterno, com os movimentos respiratórios). A posição sentada ou deitada com travesseiro alto lhe é mais confortável. A leitura do peak-flow está entre 50% e 70% do seu melhor resultado.
Crise grave: apresenta falta de ar intensa, uso dos músculos acessórios da respiração, tiragem de fúrcula e da região subdiafragmática. A criança assume a posição sentada e reclinada para frente com os ombros anteriorizados; ela só consegue falar palavras. A leitura do peak-flow é inferior a 50%. O efeito do broncodilatador dura menos que duas horas.
Qual o tratamento adequado para a asma?
O tratamento da asma deve ser preventivo e não se restringir às crises. Um tratamento adequado deve proporcionar ao paciente asmático:
• Diminuição dos sintomas;
• Melhora da função pulmonar, mantendo-a em níveis normais ou próximas ao normal;
• Manutenção das atividades diárias, inclusive as físicas;
• Prevenção de exacerbações e diminuição da necessidade de hospitalização;
• Terapêutica medicamentosa adequada com efeitos colaterais mínimos ou ausentes;
• Satisfação com o tratamento;
Para alcançar os objetivos do tratamento, o paciente deve conhecer e seguir o ABC da asma.
O que é o ABC da asma?
A - saber o que piora a asma e o modo de evitar os fatores desencadeantes da crise.
B - usar os medicamentos apropriados para o seu caso, com a técnica correta, como o recomendado pelo médico.
C - saber reconhecer quando a asma está saindo de controle e o modo de evitar crises graves.
Conheça o "A" do ABC da asma:
A - saber o que piora a asma e o modo de evitar os fatores desencadeantes da crise.
A asma pode ser desencadeada por vários fatores: alérgicos substâncias ou produtos que causam irritação das vias aéreas, infecções virais das vias aéreas superiores, fatores emocionais, uma atividade física intensa e alguns medicamentos.
Sempre que tiver sintomas de asma, procure lembrar o que fez , com que substância teve contato e o que aconteceu nesse dia e na véspera.
Alguns cuidados são necessários em nossa rotina para evitar a exposição a tais fatores.
1) Pó Doméstico:
O pó doméstico contém ácaros, microorganismos invisíveis a olho nu, que podem causar reação alérgica no asmático. É encontrado nos travesseiros, nos colchões, nos estofados, nos tapetes, nas cortinas, etc. Aí se multiplicam, pois as condições lhes são favoráveis: umidade, calor e presença de alimento (descamação da pele humana). Cada fêmea põe de 25 a 30 ovos, que produzirão novos ácaros a cada três semanas.
Para evitá-los:
• Mantenha a casa bem ventilada e limpa, usando pano úmido, nunca vassoura ou espanador. Evite usar aspirador de pó na presença de uma pessoa com asma. O quarto deve ser arrumado com poucos objetos e os brinquedos e livros mantidos guardados;
• Forre os colchões e travesseiros com tecido de material sintético e impermeável;
• Lave as roupas de cama pelo menos uma vez por semana e com água quente. Use edredom e evite cobertores de lã;
• Retire o carpete. As cortinas devem ser de tecido sintéticos leves e facilmente laváveis;
• Evite estofado e bichos de pelúcia;
• Guarde as roupas num armário fechado;
• Combata a umidade excessiva. O ácaro não sobrevive em ambientes com umidade inferior a 50%. A umidade intradomiciliar pode ser reduzida com auxílio do ar condicionado, de desumidificadores e mantendo uma boa ventilação em banheiros e cozinhas;
É inispensável:
• Forrar travesseiros e colchões, lavar a roupa de cama em água quente e manter a casa bem ventilada;
É desejável:
• Retirar carpetes e objetos do quarto;
Considere quando necessário:
• O uso de ar condicionado e desumidificadores;
2) Mofo:
Mofo são fungos microscópicos que crescem em lugares úmidos. Normalmente reproduzem-se liberando esporos no ar, que irão formar outras colônias. Esses esporos, quando inalados, produzem reações alérgicas.
• Para evitar o mofo, abra a janela diariamente. Os locais de sua casa que apresentarem mofo devem ser limpos com água sanitária ou ácido fênico a 5%. Mantenha vasos e xaxins das plantas no quintal ou no jardim, principalmente, devido à proliferação de fungos. Conserte os locais com infiltração de água. A melhor maneira de se combater o mofo é reduzir a umidade. Dê atenção especial aos banheiros e a cozinha, mantendo-os bem ventilados. Limpe com freqüência a geladeira (interior e o prato de escoamento de água) e as latas do lixo;
3) Baratas:
Utilize iscas de barata e não deixe comida ou lixo expostos. Caso necessário, faça dedetização da casa.
4) Paina:
Use travesseiros de material sintético, como a espuma inteira.
5) Animais Domésticos Como Cães e Gatos:
Os alérgenos provenientes da saliva e das glândulas sebáceas do gato são carregados em partículas minúsculas que permanecem no ar por períodos prolongados e podem ser carregados a outros locais (escolas, escritórios e prédios públicos) pela roupa.
Lavar o animal com água ajuda a remover parte destes alérgenos.
6) Perfumes e Sprays:
Não use perfume de cheiro forte ou spray de cabelo ou perfumadores de ambiente.
7) Produtos de Cheiro Forte:
Evite removeres, lustra-m óveis, desinfetantes e inseticidas (sprays ou de tomada elétrica). Evite ficar em ambientes recentemente pintados ou dedetizados.
8) Infecções Virais Das Vias Aéreas Superiores:
Uma alimentação adequada, higiene corporal, principalmente a nasal, e evitar os ambientes fechados e aglomerações contribui para o não-surgimento de infecções freqüentes, principalmente nas crianças pequenas. Hoje dispomos de vacinas antigripais usadas anualmente no começo do outono.
9) Substâncias Irritantes:
As substâncias irritantes também são nocivas às vias aéreas. Citamos as seguintes:
• Fumaça de cigarro – o vício de fumar é muito prejudicial ao asmático, e mesmo que ele não fume, a fumaça de outro fumante também é bastante nociva. Lembre-se que o cigarro é a fonte de poluição interna;
• Poluição, principalmente a fumaça provinda de veículos automotivos, chaminés de indústrias; queima de produtos como plásticos, de fogueiras, fogão a lenha, lareiras, etc;
• Desinfetantes produtos de limpeza e perfumes;
10) Fatores Emocionais:
Os fatores emocionais também podem agir como desencadeadores ou agravantes dos sintomas. É comum os pais observarem que seus filhos pioram em épocas de provas, situações de estresse e problemas familiares.
11) Alimentos:
Certos alimentos podem, raramente, ser desencadeantes de asma. Evite alimentos industrializados que contenham corantes e conservantes. Alguns pacientes asmáticos são sensíveis ao sulfito presente em camarões, frutas secas, cervejas e vinhos. Verifique na embalagem a composição dos alimentos.
12) Medicamentos:
São contra-indicadas as drogas betabloqueadoras em qualquer paciente asmático (orais ou mesmo em forma de colírio) e de 5 a 20% dos asmáticos apresentam reações graves ou mesmo broncoespasmo potencialmente fatal após a ingestão de aspirina (ácido acetilsalicílico) ou outros antiinflamatórios não-esteróides como ibuprofeno, indometacina, piroxicam, naproxeno, meclofenaco e diclofenaco. Como a exacerbação do broncoespasmo pode ocorrer até anos depois que o paciente passou a utilizar estas drogas, recomenda-se que os asmáticos evitem as mesmas e utilizem como alternativa o acetaminofeno.
É recomendável que o asmático sempre mostre ao seu médico os medicamentos que fará uso.
13) Fatores Ocupacionais:
Algumas profissões colocam o asmático em contato com substâncias ou situações que pioram a asma. Exemplo: pintores, marceneiros, carpinteiros, laboratoristas, padeiros, etc. Analise se você também piora no local onde trabalha e melhora nos fins de semana, se apresenta irritação dos olhos e do nariz ao chegar ao trabalho. Converse com seu médico.
Exposição aos alérgenos inalantes mais comuns em ambientes não residenciais: escolas, escritórios, teatro, cinema, indústria, etc...
• O domicílio é o principal foco de exposição ao ácaro, porém este já foi encontrado em poltronas de teatro e alguns escritórios. É importante lembrar que o ácaro só sobrevive em ambientes úmidos e que contenham células descamadas da pele humana;
• Os alérgenos provenientes do gato e do cão são encontrados na poeira das salas de aulas e em outros ambientes, pois são espalhados pelas roupas;
• Fungos de lugares úmidos. Sistemas de ar condicionado ou ventilação central podem amplificar e disseminar os fungos;
• Materiais usados na construção (selantes de teto com isocianato), agentes anticorrosivos, tintas, etc;
• Materiais de limpeza;
• Inseticidas;
Conheça o "B" do ABC da asma:
B - Usar os medicamentos apropriados para o seu caso, com a técnica correta, como recomendado pelo médico.
O uso de medicamentos antiasmáticos deve ser sempre indicado e orientado pelo médico.
A asma persistente deve ser controlada com medicamentos antiinflamatórios que devem ser usados diariamente, independentemente da presença dos sintomas. Apenas os medicamentos antiinflamatórios tratam a causa da asma. Para o seu conhecimento, os medicamentos existentes podem ser divididos em dois grupos.
• Medicamentos de alívio rápido:
São drogas usadas para alívio dos sintomas, seja tosse, chiado ou falta de ar.
Portanto só são usados na presença dos sintomas de asma. Estas drogas agem no músculo que circunda o brônquio, relaxando-o .
São chamados de broncodilatadores. Devem ser usados sempre por via inalatória: em spray (“bombinha”) ou por inalação.
• Medicamentos de manutenção:
São drogas que tratam a causa da asma, combatem o processo inflamatório das vias aéreas e previnem o aparecimento dos sintomas. Devem ser usados regularmente (todos os dias).
Temos dois grupos de medicamentos para tratamento da asma:
• Os não-corticóides: anti-leucotrienos.
Os anti-leucotrienos são comprimidos que devem ser tomados por boca diariamente.
• Os corticóides inalatórios
Usados pela via inalatória através do dispositivo “spray” (bombinha) ou em pó.
Por que o aerossol?
O aerossol, também conhecido como bombinha, permite que a droga seja administrada diretamente no pulmão. Desta forma sua ação é mais rápida e sua dosagem efetiva é menor.
Para um medicamento fazer efeito por via oral, a dose precisa ser cerca de 20 a 40 vezes maior do que a dose inalatória, para produzir o mesmo grau de alívio. Além disso, a medicação por via oral demora mais para começar agir.
Outra maneira de administrar medicamentos por via inalatória é usar os nebulizadores ou inaladores.
Existem também medicamentos que vem em pó e necessitam de outros dispositivos que não o Aerossol para serem usados. Os dispositivos usados em nosso meio são: turbuhaler, diskus e aerolizer.
Qualquer medicação inalatória deve ser usada de forma correta para se obter os efeitos desejados.
Com relação aos remédios para asma, lembrar sempre:
Os broncodilatores de alívio devem ser usados quando existem sintomas, e não de forma regular. Seu uso freqüente indica que a asma esta fora de controle.
O paciente deve sempre anotar quantas vezes precisou usar seu medicamento de alívio nas duas semanas que precederam sua visita de rotina ao médico.
Os antiinflamatórios ou medicamentos de base do tratamento são drogas que tratam a asma, combatem o processo inflamatório das vias aéreas e previnem o aparecimento de sintomas. Seus efeitos só aparecerão se forem usados regularmente e por tempo prolongado. Os pacientes devem usá-los mesmo na ausência de sintomas, criando uma rotina para não esquecer de tomá-los.
Conheça o "C" do ABC da asma:
C - Saber reconhecer quando a asma está saindo de controle e o modo de evitar crises graves.
Anote num diário seus sintomas, medicamentos utilizados e meça o pico de fluxo expiratório (peak-flow). Essas informações serão úteis para você e seu médico reconhecerem se sua asma está sob controle. Este deve ser um procedimento habitual nas duas semanas anteriores à próxima consulta de rotina (ou seja, consulta regular de acompanhamento), ou deve ser feito imediatamente quando se reconhece uma exacerbação, para obter informações cronológicas a serem dadas ao médico e para servir como guia das consultas a serem tomadas.
O diário também é útil para acompanhar o tratamento, principalmente para os pacientes com asma persistente moderada e grave.
O monitor de pico do fluxo expiratório é um aparelho simples, portátil, que permite medir a velocidade com que o ar é expelido dos pulmões. Quando os brônquios se encontram estreitados, os sintomas aparecem e o valor do pico do fluxo expiratório diminui. Ele só será útil quando o paciente for corretamente orientado sobre como usar e interpretar os resultados.
Sua asma está saindo do controle quando:
• O uso do broncodilatador for mais freqüente que o habitual;
• O sono é interrompido pelos sintomas da asma;
• Sentir cansaço ao realizar suas atividades diárias e exercícios leves;
• Tiver sensação de cansaço e falta de ar;
• Tiver tosse persistente ou expectoração;
• O pico de fluxo expiratório variar durante o dia e os valores obtidos forem menores que usuais (seu médico deve dar os valores adequados para seu caso).
Nestes casos, comunique-se com o médico.
Plano de Ação:
Zona Verde - Aqui é onde você deve estar todos os dias. PFE superior a 80% do seu melhor valor: Sintomas de asma mínimos e esporádicos. Você é capaz de realizar todas as suas atividades diárias. Você necessita usar seu BD esporadicamente (2 a 3 vezes por semana e nunca mais que uma vez no mesmo dia). Sono não interrompido por sintomas de asma. Continue tomando seu medicamento preventivo na dose usual. Evite ter contato com coisas que causem sintomas. |
Zona Amarela - Significa que a sua asma está saindo fora de controle. Aja rapidamente para retornar à zona verde. PFE entre 50 e 80%: Fadiga fácil; tosse seca e persistente, geralmente á noite; chiado e sensação de aperto no peito. Aparecimento dos sinais de alerta. Você começa a usar o BD com freqüência maior que o usual. Os sintomas aparecem durante a noite ou de madrugada, interrompendo o sono. Aumente o seu medicamento preventivo. |
Zona Vermelha - Crise de Asma PFE< 50% do seu melhor valor: Resposta pequena ou ausente ao BD( você usa BD e já não obtém alívio, ou sua duração é inferior a 2 horas) Tome prednisona por via oral e comunique-se com seu médico. Emergência: presença de cianose (lábios e unhas roxas), confusão mental, sonolência ou perda da consciência. VÁ IMEDIATAMENTE AO PRONTO-SOCORRO MAIS PRÓXIMO. No caminho do hospital, use o BD aerossol com espaçador e máscara, respirando pela boca 4 a 6 vezes para cada atuação. Uma dose (2 a 4 jatos) pode ser repetida a intervalos de 20 a 30 min. Tente descobrir por que a sua asma está mais difícil de controlar. Fique atento ás seguinte situações: • Você tem usado seus medicamentos preventivos regularmente e nas doses adequadas? • Você tem usado a técnica correta de administração dos seus medicamentos? • Você tem-se exposto a algum fator desencadeante? • Você esta com algum fator agravante da asma? |
O papel das atividades físicas no controle da asma:
As atividades físicas devem ser incentivadas, tanto na criança como no adulto, como promotoras de saúde. O exercício físico pode, todavia, desencadear sintomas de asma que interferem no desempenho físico do individuo asmático.
O broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE) muitas vezes impede sua participação nas atividades físicas provocam mais sintomas que outras, por exemplo, a corrida livre provoca mais sintomas que a campanha e a natação.
É importante salientar que, especialmente na adolescência, as atividades esportivas são mais intensas e competitivas e muitas vezes os asmáticos se sentem preteridos, considerando-se menos aptos. Este comportamento leva-os a evitar as atividades e, ao final de um certo tempo, tornam-se realmente menos capazes. O asmático bem orientado do ponto de vista terapêutico não tem restrições para praticar exercícios físicos. Evitar mergulho em profundidade.
Para que o asmático possa praticar atividades físicas/esportivas, é necessário que sua asma esteja sob controle. Há também medicamentos que previnem o BIE.
Os objetivos de um programa de atividades físicas adaptadas ao paciente asmático são:
• corrigir alterações posturais;
• ensinar estratégias respiratórias;
• melhorar o condicionamento físico geral;
• melhorar ou manter a força muscular;
• melhora a auto-imagem e a autoconfiança;
A atividade física é importante na criança, pois:
• proporciona experiência básica de movimento para desenvolvimento de coordenação, agilidade, equilíbrio;
• proporciona oportunidades de relacionamento, seja no brincar ou no engajamento em atividades esportivas, prevenindo o isolamento psicológico e social;
• previne a osteoporose;
A atividade física é importante no adulto, pois:
• mantém as qualidades físicas básicas: força muscular, elasticidade e mobilidade;
• melhora o desempenho cardíaco e a capacidade aeróbia;
• melhora o condicionamento físico;
• diminui depósitos de gordura;
• protege de estresse;
• diminui o risco de osteoporose;
Asma e problemas emocionais:
As crises de asma, muitas vezes freqüentes e inesperadas, provocam medo e angústia no asmático e em sua família. Estas emoções podem agravar ou desencadear a crise, impedir o cumprimento do tratamento médico adequado e, no caso da criança, prejudicar seu desenvolvimento emocional.
Como devem agir as pessoas que se relacionam com o asmático ? No relacionamento cotidiano, devem ser observados e respeitados alguns aspectos que favorecem o asmático.
São eles:
• Compreender que a asma não tem cura, mas tem controle se for cumprido um tratamento adequado;
• Evitar a espera permanente de uma próxima crise;
• Não buscar soluções mágicas ou tratamentos alternativos que levam a frustrações constantes, aumentando o medo e a angústia.
• Evitar a superproteção;
• Estimular a independência, como a liberdade para brincar, a prática de esportes, passei os e viagens;
• Insistir para que a criança freqüente a escola de forma regular. Da mesma forma, o adulto deve freqüentar o trabalho e demais atividades, de forma constante.
• Não mudar a vida da família em função da doença da criança, ou do paciente;
• Evitar com as crianças atitudes inadequadas, como: dormir com os pais, presentes e atenção especial em função da doença, chantagens emocionais, proibições desnecessárias. Os pais devem procurar ser pacientes com criança e evitar desentendimentos sobre a doença;
• Procurar informar-se sobre a asma para sentir-se seguro diante das crises e saber que atitude tomar;
• Em situações de crise, manter a calma, seguindo o plano de orientação do médico;