Orientações Médicas
Medicina Esportiva:
Medicina Esportiva Para Crianças e Adolescentes
Medicina Esportiva Para Crianças e Adolescentes
Crianças e adolescentes estão iniciando a vida esportiva em idade cada vez mais precoce.
Sobrecarga pode levar a um aumento do número de lesões esportivas nesta idade.
A criança e o adolescente têm características físicas e psicológicas próprias. Isto favorece alguns tipos específicos de lesões ortopédicas. Soma-se ainda muitas vezes a má orientação para a atividade esportiva, o que pode levar a lesões por repetição e até ao comprometimento do desenvolvimento músculo esquelético normal desta faixa etária.
O osso em crescimento é mais poroso e mais plástico do que o osso adulto.
Traumas menos intensos causam fraturas e também levar à deformação plástica do osso sem haver fraturas.
O osso pediátrico também apresenta placas cartilaginosas de crescimento, que são responsáveis pelo crescimento longitudinal do osso, estas estruturas estão sujeitas às lesões agudas por apresentarem-se um pouco mais fracas na adolescência, por ação hormonal, e também a lesões crônicas por sobrecarga, devido ou a uma desproporção da musculatura hipertrofiada para a idade ou a esforços de repetição sobre estas estruturas
Lesões por uso excessivo ou repetitivo:
1 - Apofisite de Tração:
Esta lesão refere-se à irritação de uma centro apofisário (de crescimento) no ponto em que o tendão se insere no osso. São causadas por micro-rupturas devido a movimentos repetidos e sobrecargas principalmente durante o estirão de crescimento.
Este tipo de lesão pode ocorrer também devido a uma hipertrofia da musculatura desproporcionalmente à idade de desenvolvimento da criança, o que é favorecido por má orientação do treinamento.
Para cada local em que ocorre a apofisite temos um nome específico:
• Doença de Osgood Schlater:
Ocorre na inserção do tendão patelar na tíbia, é freqüente na idade de 11 a 15 anos , principalmente em atletas que saltam e correm. O quadro clínico é de dor sobre a tuberosidade da tíbia durante a atividade física e à palpação. O tratamento se baseia em medidas antiinflamatórias com gelo e medicação, repouso da atividade e exercícios de alongamento do músculo quadríceps. A manutenção da atividade física pode levar à avulsão da apófise. Os sintomas podem persistir até o fechamento da apófise de crescimento.
saiba mais sobre a Doença de Osgood Schlater
• Doença de Sinding Larsen Johanson:
Ocorre na inserção do tendão patelar na patela, o tratamento é o mesmo que a Doença de Osgood Schlater.
• Doença de Sever:
Ocorre no calcâneo em crianças de 7 a 10 anos. O tratamento segue os mesmos princípios anti-inflamatórios
além do alongamento dos músculos da panturrilha e da aponeurose plantar.
• Cotovelo do Arremessador:
É a apofisite que ocorre na parte medial do cotovelo, devido ao excesso de tração nesta região durante o lançamento de uma bola em esportes que este movimento é repetitivo (como no beisebol). O tratamento também é igual às outras apofisites , mas temos que dar atenção especial ao retorno da atividade com correção do mecanismo de lançamento para evitar sobrecargas.
É muito importante a acompanhamento médico durante o tratamento e principalmente para orientação ao retorno esportivo nas melhores condições, para evitar complicações desta patologia relativamente sem gravidade inicial.
2 - Desalinhamento Articular e Instabilidades Crônicas:
Para o funcionamento normal de uma articulação, é preciso de um alinhamento ósseo normal, de um equilíbrio dos grupos musculares e de um bom equilíbrio ligamentar. Ocorrendo alteração em algum destes fatores, haverá uma alteração da biomecânica articular, a qual pode acarretar dor e instabilidades.
As articulações patelofemural e glenoumeral são os principais locais desta patologia.
• Desalinhamento e Instabilidade Patelofemural:
Esta patologia, também conhecida como desalinhamento do mecanismo extensor, ocorre pela perda da biomecânica normal da articulação, a qual pode ocorrer devido a alterações na estrutura ósseas, ligamentares ou musculares. Estas alterações fazem com que o lado externo da patela seja submetido a uma pressão maior na articulação, isto pode acarretar lesão na cartilagem articular.
Os sintomas ocorrem na parte anterior do joelho, iniciam-se com a atividade ou após um período com o joelho dobrado e ao descer escadas.
Em casos mais graves pode ocorrer a luxação da patela para o lado de fora do joelho, nestes casos muitas vezes o primeiro episódio foi um trauma e os episódios seguintes foram movimentos “banais”.
É muito importante uma avaliação médica minuciosa e a realização de exames complementares, se bem indicados, como RX, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética, a fim de definir quais elementos se encontram alterados para propor uma reabilitação seja através de métodos conservadores (fisioterapia, orientação da prática de atividade física e correção de hábitos da vida diária) ou de métodos cirúrgicos, que consistem em corrigir a estrutura alterada, seja ela óssea ou ligamentar.
O deslocamento inicial da patela é tratado com imobilização e medidas antiinflamatórias com medicação, crioterapia e fisioterapia. Existem alguns casos em que a lesão traumática é isolada, não se acrescenta de deformidades ósseas e frouxidões ligamentares. Nestes casos o reparo agudo da lesão ligamentar, que pode ser por via artroscópica, pode levar a menores chances de instabilidade recorrente.
Nos casos de instabilidade recorrente, inicialmente pode ser tentado medidas
não cirúrgicas com fisioterapia e uso de órteses e joelheiras que dificultem o
deslocamento lateral da patela, em caso de falha destas medidas pode justificar
reconstruções ósseas ou de partes moles.
• Instabilidade GlenoUmeral
A frouxidão e o desequilíbrio muscular na articulação do ombro, pode acarretar em dor e instabilidades principalmente para atletas que utilizam muito o movimento do braço acima da linha do ombro.
Este desequilíbrio pode causar uma irritação nos tendões do manguito rotador, na bursa subacromial e alteraões na cápsula articular.
Os sintomas ocorrem principalmente quando se eleva o braço acima da linha da cabeça, momento este em que as estruturas estão comprimidas entre o úmero e o acrômio da escápula.
O tratamento se baseia em medidas de alongamento dos grupos musculares e da cápsula posterior, e de exercícios de fortalecimento dos músculos estabilizadores da escápula e do manguito rotador.
Em casos de instabilidades grosseiras com episódios repetidos de luxações, o tratamento pode vir a ser cirúrgico para, com a reconstrução da cápsula lesada por via artroscópica.
Antes de qualquer procedimento, uma avaliação minuciosa deve ser feita para detectar qual é a alteração responsável pela instabilidade, visto que algumas alterações respondem mal a qualquer tentativa de reconstrução cirúrgica, como em casos em que o atleta voluntariamente desloca o seu ombro.
Se é este problema que o afeta, agende uma consulta aqui na Clínica Deckers para conversarmos sobre sua patologia e explicarmos qual será seu benefício com o tratamento.