Orientações Médicas
Medicina Esportiva:
As Bolhas e os Esportistas
As Bolhas e os Esportistas
Bolhas desenvolvem-se por fricção sobre a pele. Isto pode ocorrer pelo contínuo esfregar de roupas ou de equipamento esportivo sobre a camada mais superficial da pele. A fricção continuada, no decurso do tempo provoca um descolamento entre as camadas da pele e separa a camada externa, a epiderme, da camada interna, a derme. O espaço criado entre as duas camadas se enche de fluído aquoso.
Bolhas devem ser cuidadas e nunca ignoradas, pois podem inflamar. Os cuidados devem ser redobrados quando se trata de um ambiente contaminado ou equipamento utilizado por muitas pessoas na mesma ocasião.
Um sinal de alerta de que uma bolha esta por se formar é a vermelhidão e o calor em um ponto da pele. A seguir, fluido preenche o espaço entre as duas camadas da pele para promover proteção contra o atrito constante. Quando isto acontece você já vê o primórdio de uma bolha, que se parece com uma pequena bolinha na pele. A pressão hidrostática no local força o fluido de tecidos circunjacentes para os espaços abertos entre as camadas.
A maioria das pessoas fica com bolhas nos calcanhares, na sola dos pés, palmas das mãos, por causa do atrito contra sapatos, meias ou equipamento de esportes. Este tipo de fricção, principalmente em condições de aumento de umidade e ou de calor, é perfeito para o desenvolvimento de bolhas.
Quando consideramos o grau de umidade da pele, a pele estar seca é melhor em relação à redução de fricção, porque quando forcas significantes são aplicadas à pele seca, elas tendem a rapidamente descolar a camada de células mais superficial, as da camada córnea. Apesar disto parecer ruim, a verdade é que estas células destacadas tendem a formar uma espécie de um lubrificante, sobrenadante, uma camada protetora, sobre a pele remanescente. Ë mais ou menos como se pulverizasse pó de grafite sobre a sua epiderme. Por outro lado, quando há água em excesso sobre uma pele muito molhada, forma-se uma barreira entre a pele e a superfície friccional, seja ela qual for, que ajuda a diminuir as forças de atrito. A pele úmida (levemente molhada), esta sim, é a grande culpada no mecanismo de formação de bolhas, porque a tensão superficial causada pela camada de revestimento de água mantém as células da pele juntas, impedindo o seu movimento, e com isto elevando o efeito de fricção e provocando a separação entre as camadas de pele. Portanto, a chave para a prevenção da formação de bolhas é manter a sua pele o mais seca possível. Se o molhar de sua pele é inevitável, é melhor ter a sua pele muito molhada do que simplesmente úmida.
Bolhas nas mãos:
Surgem devido à fricção entre a pele da palma das mãos e o equipamento esportivo utilizado (raquete, remo, barra de peso ou barras de ginástica olímpica p. e.).
Nos atletas em início de treinamento, as bolhas surgem porque a pele é macia e não está acostumada ao atrito. Nos experientes e em atividade constante, elas ocorrem devido a um aumento na umidade, aquecimento exagerado da região pelo atrito.
Depois que as mãos estiverem curadas, novas calosidades surgirão com a mudança de do equipamento, mudanças de umidade ou na intensidade do treinamento.
Em muitos esportes, como grande parte da habilidade atlética e da força flui através das mãos, é importante cuidar bem delas.
Bolhas nos pés:
A bolha nos pés aparece quando há atrito entre pés, meias, o calçado esportivo e o solo, principalmente nos esportes aonde há muita aceleração e frenagem como no tênis em quadras de piso rápido e naqueles aonde se repete inúmeras vezes o mesmo tipo de passada, como nas corridas É mais comum em regiões em que o osso está saliente, como nos calcanhares e no dedinho ou sob a base do dedo maior. Ela se forma quando uma camada de pele se descola (por causa da fricção) e enche de líquido, geralmente incolor. Caso algum vaso sanguíneo rompa no descolamento da pele, a bolha enche de sangue.
Como tratar bolhas?
Quando você cria uma bolha, o objetivo é impedir que ela aumente e ou que infeccione. Sinais de infecção incluem saída de pus da bolha, vermelhidão intensa ou pele muito quente ao redor da bolha ou ainda raios cutâneos avermelhados afastando-se da bolha.
Bolhas pequenas, que não se romperam, não causem desconforto podem ser deixadas para se curar por si mesmas, porque a melhor prevenção contra infecção em uma bolha é o revestimento de sua própria pele. Entretanto, bolhas grandes, dolorosas, podem ser drenadas, desde que se mantenha a camada de revestimento intata e recobrindo a bolha. É importante não retirar o teto (a pele), já que ele serve como curativo biológico e protege contra infecções. No caso da bolha de sangue, se estiver dolorida deve ser furada logo nas primeiras horas após a formação, para evitar que o sangue coagule no local, forçando a fazer depois uma retirada de pele maior .
Se o treinamento tiver que ser retomado antes que as bolhas cicatrizem, havendo uma bolha, o fluído precisa ser drenado, do contrário ela aumentará com o treinamento. A drenagem pode ser feita de duas maneiras:
À medida que as bolhas começarem a secar e a criar uma nova camada de epiderme, a nova pele precisará ser mantida flexível, usando-se um creme umedecedor, do contrário rachará .
Como previnir?
Apesar de serem muito comuns, às vezes é possível evitá-las. Saber escolher o tênis, nunca usar um tênis novo no dia de prova/competição. Sempre amaciar muito o calçado antes de competir com ele. Colocar duas meias de algodão uma sobre a outra, a de baixo mais firme e a de cima bem macia, para que o atrito , portanto o cisalhamento ocorra entre as duas meias e não entre a meia e a pele. Pode-se colocar micropore em volta de todos os dedos do pé, deixando as pontinhas para fora. Depois, passar vaselina sobre o micropore. O mesmo deve ser feito no meio do pé e no calcanhar.
E a atividade esportiva?
O ideal é que, enquanto estiver com bolhas, o atleta fique em repouso, como em qualquer caso de ferimento. Se for impossível agir deste modo,a bolha deve ser estourada apenas se causar dor ou se estiver impedindo a continuidade da pratica esportiva em uma competição por exemplo. O atleta pode usar um cicatrizante com antibiótico, que combate bactérias e cura o ferimento mais rápido. Ele precisa procurar um médico quando houver sinal de infecção, ou seja, quando a região da bolha estiver quente, muito vermelha ou com secreção amarela (pus). E depois:
Se for na mão, enfaixe-a com Micropore ou Elastoplast, os quais ajudarão a proteger a pele exposta. Se necessário, usar luvas para reforçar essa proteção.
No caso dos pés, recomenda-se colocar um band-aid sobre a bolha, passar vaselina sobre o band-aid, enfaixar a região com uma camada de esparadrapo do tipo micropore, passar vaselina sobre o esparadrapo e colocar uma meia nova de algodão, bem macia Existem também protetores especiais para os dedos, feitos de silicone e espuma, à venda em lojas de podologia.
Pode-se ainda, quando se tem bolhas, passar um produto importado chamado second skin, que provoca um efeito de endurecimento da pele parecido com o da cola superbonder.